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MAI
09
09 MAI 2017
Família Berardo 129 anos
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Por Guilherme ABC Ishie

Cultura e amor à pátria. É assim que a Família Berardo se denomina. A valorização da cultura, educação e religião guia os 129 anos de existência de um encontro quando o nono Pietro Berardo e a nona Ana Maria Tolini se apaixonaram, casaram e iniciaram seu legado de amor, fraternidade e, claro, muitas histórias.

Pietro Berardo chega ao Brasil com 13 anos e Ana Maria Tolini com 10 anos, em 1888, já que a Itália estava em grandes conflitos, com uma enorme crise política social e econômica. Diante de um quadro dramático, o governo italiano precisou emigrar milhares de seus filhos de pátria. João Batista Berardo, filho de outro João Batista Berardo (que na ocasião já era falecido na Itália) e seu filho Pedro, originários da província de Verona, moradores de Casaleone, um vilarejo dessa região do norte da Itália, estavam destinado para ir ao Rio Grande do Sul, mas por problemas burocráticos a viagem foi retardada e sua vinda ficou para a terceira ou quarta leva de imigrantes.

Após as burocracias necessárias para imigração, foram enviados para a Fazenda Canaã, situada no atual município de São Simão. Passaram por diversos locais, como Batatais, Brodowski, Ribeirão e até chegar na região de Jardinópolis, mais precisamente para a Fazenda Visconde. Pedro era filho único da família e contava com 13 anos de idade. Cursava na Itália o Seminário Menor, pois, acalentava o desejo de ser padre. Entretanto, por insistência do pai, abandonou os estudos eclesiásticos para acompanhá-lo rumo ao Brasil.

Embora os patriarcas da Família Berardo e Tolini se conhecessem, vizinhos em Casaleone, na Itália, os filhos Pedro e Ana Maria não tiveram nenhum contato, até então. Depois de um longo convívio, tornaram-se namorados e casaram em 11 de abril de 1896, quando tinham 21 e 18 anos.

Segundo Marina Berardo da Silva Passos, quem era chamada de Rainha da Nona e quem também narrou estes fatos para o artigo, contou que Pedro Berardo se notabilizou em ser hábil administrador de fazendas. Seus conhecimentos gerais eram vastos, devido aos estudos que tivera na Itália. Administrara as fazendas Serra, Jacutinga, Piratininga, Piripau, Flora e muitas outras, até se fixar em Jardinópolis, novamente, contudo definitivamente.

Ainda mencionou que no meio em que viviam, os colonos mantinham os hábitos e costumes da terra de origem e seus filhos, embora brasileiros, só falavam a língua dos pais e não conheciam outra. Lembrando que nesta época, as escolas públicas eram escassas e distantes, forçando os estudantes fazer longas caminhadas para frequentá-las. Um fato fantástico e pitoresco sobre isso, aconteceu com com o filho primogênito de Pedro, César, quando, pela primeira vez, entrou em uma sala de aula e não conseguiu entender nada que era proferido pela professora - na qual estava falando em português. Ao regresso de seu lar, indagou ao pai o que significava aquele linguajar da mestra que lhe parecia tão estranho. O pai rindo traduziu para o filho o significado das palavras e acrescentou: "Procure aprender essa língua meu filho, que doravante será seu idioma por toda a vida, pois é a língua da sua pátria."

Neste momento de conversa, eis que adentra outro membro da família chamado Luís Fernando Toscano que tempera este artigo com o seguinte fato: César e seu irmão Orestes, quando estudavam em Brodowski, tiveram como colega um garoto franzino que puxava por uma perna. Seu nome era Candinho e tinha por hábito fazer pequenos desenhos nas horas de lazer. No entanto, jamais poderiam imaginar que esse garoto iria se tornar o famoso pintor Cândido Portinari.

No ano de 1913 a Família Berardo passava por uma fase difícil. Moravam na época em Ribeirão Preto, na Avenida Saudade, quase perto do Cemitério. Pedro tinha muitos filhos pequenos e estava com sérias dificuldades. Então, surgiu o convite para administrar a Fazenda Santa Maria, propriedade dos Prudente Corrêa de Brodowski. A família saiu de Ribeirão Preto pela madrugada em dois carros de boi, chegando ao novo lar quase ao anoitecer. Conta-se que os filhos subiram em diversos pés de fruta para saciar a fome, já que não havia mais o que comer. A Fazenda Santa Maria foi um verdadeiro paraíso para a família. Por lá, Pedro acabou de criar seus filhos na abundância e na fartura. Depois do próspero tempo tido, a família se muda para Jardinópolis, onde fixam-se definitivamente.

Houve tempos de paz por algum tempo, o que tornou possível a compra de uma casa e uma fazenda. Os filhos Hércules e Euclides iniciaram seus estudos superiores: o primeiro Medicina no Rio de Janeiro; e o segundo Odontologia em Ribeirão Preto. Mas, devido aos fatos históricos sofríveis da época, começaram a acontecer as catástrofes como o estouro da bolsa de Nova York, a queda do café e as enchentes colossais em 1929. Segundo a Marina, narradora desses fatos, "quem era rico ficou pobre, quem era pobre ficou miserável.". Os fazendeiros se arruinaram, ficando endividados ou em penhor de suas propriedades.

Para a Família Berardo não foi diferente. Pedro teve sua fazenda hipotecada e todos sofreram as agruras da crise aguda. Os filhos que cursavam os estudos superiores, com muito sacrifício e denodo conseguiram se formar. A paz só voltou a reinar nos idos de 1935, pois Getúlio Vargas que governava nessa época, decretou o reajustamento econômico em que o devedor só pagaria o montante do principal, eliminando assim os juros. Com a ajuda dos filhos, Pedro pode quitar a dívida e livrar-se da hipoteca.

Assim, recomeçava um árduo caminho que trouxe bonanças e prosperidades para a família. Pedro Berardo faleceu em 23 de Novembro de 1953 com 78 anos e Ana Maria Tolini Berardo em 25 de Dezembro de 1960 com 82 anos. Foram os seguintes os filhos que os dois tiveram:

  • César: comerciante e agricultor, pertenceu em 1930 a junta governativa da Prefeitura. Casado com Diva Gonçalves Berardo;
  • Yolanda: casada com Primo Costacurta;
  • Orestes: comerciante e agricultor, fez parte do corpo de jurados de Batatais quando Jardinópolis pertencia aquela comarca e foi vereador de Junqueirópolis. Casado com Maria Fávaro Berardo;
  • Hércules: médico e primeiro diretor do colégio sagrado coração de Jesus, renomado poliglota e casado com Alice Nogueira de Sá. Em Jardinópolis, o Pronto Socorro Municipal leva seu nome;
  • Túribio: agricultor e licenciado em curso secundário participou da revolução constitucionalista com grau de sargento e foi vereador de Jardinópolis por 3 legislaturas. Casado com Leonor Fernandes. Uma das ruas da cidade leva seu nome;
  • Irineu: contador da Prefeitura municipal de Jardinópolis e casado com Nair Sisti. A cidade o homenageou dando seu nome a uma de suas ruas;
  • Euclides: dentista e professor emérito de língua portuguesa. Casado com a professora Sidnéia Costa. Uma das principais ruas de cidade de Jardinópolis, recebeu seu nome, além da biblioteca que integra uma das escolas da cidade;
  • Itamar: dentista e agricultor, foi vereador em Monte Aprazível. Casado com a Professora Clarice de Paula Lico. A cidade de São José do Rio Preto tem uma rua com o seu nome;
  • Iracema: casada com Alcino Toscano;
  • Célia: casada com João de Sousa Garcia
  • Plínio: professor de Inglês no colégio que hoje leva o seu nome. Casado com a professora Alice Lucato.

Com exceção de Leonor, Nair, Alice, Clarice e Sidnéia, pois faleceram precocemente. Morreu também muito jovem, além de Araci, o filho de nome Jair.

Está é a primeira geração dos Berardo que hoje são mais de 400 descendentes. Gente comunicativa, alegre, adoram fazer amizades, gostam de trabalhar, de estudar. São de profissionais liberais, comerciantes, professores, agricultores, juízes, militares, cientistas, artistas e estão esparramados por todo o Brasil, principalmente por todo o Estado de São Paulo.

Diversas vias públicas, estabelecimentos de ensino e saúde em nossa cidade levam o nome de pessoas da Família Berardo. Gostam da noite para formularem debates dentro e fora de casa e se dedicam sempre na leitura, tentando aprender de tudo um pouco. Os Berardo são sempre atuantes, participam ativamente da sociedade em que vivem e seguem, principalmente e religiosamente, os exemplos de dignidade do patriarca Pedro e da heroína “Marieta”.

Fonte: Assessoria de Imprensa
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